Já ouviu falar em inflação, mas sabe como ela pode afetar a sua poupança?
25.02.2025
A inflação de forma simples, representa o aumento generalizado dos preços ao longo do tempo, o que significa que, com o passar dos anos, o poder de compra do dinheiro diminui. Compreender o seu significado e como é calculada pode ajudar a tomar decisões financeiras mais informadas.
Como é calculada a inflação?
A inflação é geralmente medida através de índices de preços, sendo o mais comum o Índice de Preços no Consumidor (IPC). Este índice reflete a variação média dos preços de um cabaz de bens e serviços representativo do consumo das famílias. O cálculo do IPC envolve os seguintes passos:
- Seleção do cabaz de bens e serviços – Definição dos produtos mais consumidos pelas famílias, como alimentação, habitação, transportes e lazer.
- Atribuição de pesos a cada categoria – Cada grupo de bens e serviços tem um peso proporcional à sua importância no orçamento das famílias.
- Recolha de preços – Os preços são recolhidos periodicamente para acompanhar as suas variações.
- Cálculo da taxa de inflação – A variação percentual do IPC entre dois períodos homólogos determina a taxa de inflação.
De que forma a inflação vai impactar com a minha poupança?
Se tem dinheiro guardado numa conta-poupança ou debaixo do colchão, a inflação pode estar a reduzir o valor real dessa quantia. Imagine que tem 10.000€ numa conta bancária e a inflação anual é de 5%. No final de um ano, os seus 10.000€ continuam na conta, mas o que podia comprar com esse montante ficou 5% mais caro. Em termos práticos, perdeu poder de compra.
Impacto nas taxas de juro
Quando a inflação sobe, os bancos centrais tendem a aumentar as taxas de juro para desencorajar os empréstimos. É uma maneira de precaver possíveis endividamentos, mas vejamos o que acontece nos:
- Depósitos a prazo e contas-poupança – Se as taxas de juro dos depósitos subirem acompanhando a inflação, os seus rendimentos podem aumentar. Contudo, em muitos casos, os bancos nem sempre ajustam as taxas de poupança de forma proporcional, o que significa que o retorno real do seu dinheiro pode ser negativo.
- Créditos – Para quem tem créditos, uma subida das taxas de juro pode significar prestações mais elevadas, reduzindo a capacidade de poupança.
Como proteger a sua poupança da inflação?
Uma das formas de contornar a subida da inflação passa por optar por múltiplos investimentos. Ao invés de apostar as suas fichas numa conta-poupança com juros baixos e, naturalmente, de risco baixo, pode considerar investir em certificados do tesouro, fundos de investimento ou obrigações indexadas à inflação, que oferecem maior proteção contra a desvalorização do dinheiro. Existe também a possibilidade de, mediante as suas condições financeiras, virar-se para os ativos que, segundo o seu histórico, superam a inflação, dando garantias de lucro a longo prazo, tal como as ações e o imobiliário, ou mesmo ouro.
Na verdade, o que deve evitar é manter grandes quantias paradas, uma vez que o dinheiro que não está investido perde valor real diariamente. Por último, e não menos relevante, deve acompanhar as taxas de juro praticadas pelos bancos, o que permite identificar oportunidades mais vantajosas para rentabilizar a sua poupança.